QUEIMADAS NO BRASIL EM 2024: AUMENTO ALARMANTE E DESAFIOS AMBIENTAIS

Em 2024, o Brasil enfrentou um aumento significativo nas áreas afetadas por queimadas, totalizando 30,8 milhões de hectares — uma extensão superior ao território da Itália. Esse número representa um crescimento de 79% em relação a 2023, conforme dados divulgados pela plataforma Monitor do Fogo, do MapBiomas.

A Amazônia foi o bioma mais impactado, concentrando 58% das áreas queimadas, o que equivale a 17,9 milhões de hectares. Desse total, aproximadamente 6,8 milhões de hectares correspondem a formações florestais. O Cerrado também sofreu consideravelmente, com 9,7 milhões de hectares queimados, representando um aumento de 91% em comparação ao ano anterior. Nessa região, 85% da área afetada era de vegetação nativa.

Especialistas atribuem esse aumento expressivo das queimadas a uma combinação de fatores climáticos e ações humanas. A severa seca que atingiu o país, intensificada pelo fenômeno El Niño, deixou a vegetação mais suscetível ao fogo. Além disso, práticas como desmatamento e uso inadequado do fogo para manejo agrícola contribuíram para a propagação das chamas.

A diretora de Ciências do IPAM e coordenadora do MapBiomas Fogo, Ane Alencar, destacou a gravidade da situação: “O ano de 2024 destacou-se como um período atípico e alarmante do fogo no Brasil, com um aumento expressivo na área queimada em quase todos os biomas, afetando especialmente as áreas florestais, que normalmente não são tão atingidas.”

Diante desse cenário, autoridades ambientais e organizações não governamentais ressaltam a urgência de implementar políticas públicas eficazes para prevenir e combater incêndios florestais. Ações como monitoramento contínuo, fiscalização rigorosa e promoção de práticas agrícolas sustentáveis são essenciais para mitigar os impactos das queimadas e preservar os ecossistemas brasileiros.

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