Em 2024, as empresas estatais brasileiras registraram um déficit primário de R$ 8,073 bilhões, o pior resultado desde o início da série histórica. Este valor supera em quatro vezes o déficit anterior mais elevado, registrado em 2014.
O déficit primário ocorre quando as despesas das estatais superam suas receitas, desconsiderando os gastos com juros da dívida pública. Este resultado negativo reflete desafios significativos na gestão e operação dessas empresas ao longo do ano.
Especialistas apontam que a interferência política na administração das estatais pode ter contribuído para esse desempenho negativo. Decisões estratégicas influenciadas por interesses políticos, em vez de critérios técnicos e econômicos, podem comprometer a eficiência e a rentabilidade dessas empresas.
No contexto das contas públicas gerais, o setor público consolidado, que inclui governo central, estados, municípios e estatais, registrou um déficit primário de R$ 47,6 bilhões em 2024. Desse total, o governo central foi responsável por um déficit de R$ 45,4 bilhões, enquanto as estatais contribuíram com um déficit de R$ 8,1 bilhões. Por outro lado, os governos regionais (estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 5,9 bilhões, o que ajudou a mitigar o resultado negativo consolidado.
A deterioração das finanças das estatais levanta preocupações sobre a necessidade de reformas estruturais e melhorias na governança corporativa dessas empresas. A busca por maior transparência, eficiência operacional e redução da influência política são apontadas como medidas essenciais para reverter esse cenário e garantir a sustentabilidade financeira das estatais brasileiras.
Em resposta a esses desafios, o governo federal tem sinalizado a intenção de implementar medidas para fortalecer a gestão das estatais, incluindo a revisão de políticas de governança e a adoção de práticas que promovam maior eficiência. A efetividade dessas iniciativas será crucial para restaurar a saúde financeira das empresas públicas e assegurar seu papel estratégico no desenvolvimento econômico do país.