Com a chegada do outono e o aumento dos casos de doenças respiratórias, a Secretaria Municipal de Saúde de Santa Fé do Sul reforça a importância da vacinação contra a gripe, especialmente entre o público infantil. Para esclarecer dúvidas comuns e combater informações equivocadas que circulam entre pais e responsáveis, foi realizada uma entrevista com a Dra. Márcia Staff, médica pediatra da rede pública, e com a enfermeira Drielen Bertolassi, responsável pela sala de vacinação do CLIAS.
O objetivo desta conversa é orientar a população sobre a segurança e a eficácia da vacina da influenza, além de destacar a responsabilidade dos adultos em garantir que as crianças estejam com a caderneta vacinal em dia. Confira os principais pontos desse bate-papo informativo.
Enfermeira Drielen Bertolassi
Eu sou a enfermeira Drielen Bertolassi, responsável pelo serviço de vacinação aqui no município de Santa Fé do Sul. Hoje, convidamos a Dra. Márcia Staff, pediatra da rede pública, para conversar um pouco com os pais e responsáveis sobre a importância da vacina contra a gripe — a vacina da influenza — especialmente nas crianças a partir dos 6 meses de idade.
Dra. Márcia Staff: Bom dia! Eu sou a Dra. Márcia, pediatra aqui no CLIAS, e quero conversar com vocês sobre a vacina da gripe. Essa vacinação é extremamente importante. Muita gente acha que só o vírus sincicial respiratório causa bronquiolite, mas o H1N1, por exemplo, também pode causar bronquiolite e até pneumonia. Infelizmente, já estamos vendo casos de óbitos em cidades próximas por falta de vacinação.
Doutora, uma dúvida comum dos pais é: “Dei a vacina, mas meu filho pegou gripe logo depois. Foi a vacina que causou?”
Dra. Márcia: Essa é uma dúvida muito frequente e é importante esclarecer: a vacina da gripe não transmite o vírus. Ela não causa gripe. O que ela faz é estimular o sistema imunológico da criança a produzir anticorpos. Assim, se a criança tiver contato com o vírus, o corpo já estará preparado para se defender, reduzindo muito o risco de desenvolver a doença de forma grave.
Outra dúvida que ouvimos é se a vacina da gripe está misturada com a vacina da Covid. Isso é verdade?
Dra. Márcia: De forma alguma. Isso é um mito. As vacinas da influenza e da Covid-19 são totalmente diferentes — têm composições, frascos e aplicações distintas. São administradas de forma separada, cada uma com sua finalidade.
Nosso índice de vacinação ainda está abaixo do ideal, não é?
Dra. Márcia: Sim. A vacinação depende da conscientização dos pais. A criança não pode ir sozinha até a unidade de saúde — ela depende do adulto. É fundamental que os pais entendam que essa é uma responsabilidade. Nosso município já registrou casos graves de H1N1, inclusive com necessidade de internação. E temos um alerta: Santa Fé do Sul não possui UTI pediátrica. Quando uma criança precisa de cuidados intensivos, é necessário solicitar vaga em outro hospital por meio do sistema CROSS, o que nem sempre é imediato — ainda mais nesta época do ano, quando os hospitais estão lotados.
Dra. Márcia, e quanto ao momento ideal para vacinação?
Dra. Márcia: O ideal é que a vacina seja feita antes do pico de circulação dos vírus respiratórios, mas ainda dá tempo de proteger as crianças. Estamos em plena sazonalidade e a vacina está disponível, mas muitas crianças ainda não foram imunizadas. Por isso, faço aqui um apelo: mães, pais, responsáveis, levem seus filhos para vacinar. Vamos evitar casos graves, internações e riscos desnecessários.
Enfermeira Drielen quais são suas considerações finais?
A Dra. Márcia trouxe explicações valiosas e que ajudam a combater mitos que circulam por aí. Reforçando: a vacina não causa gripe, e a vacina da gripe não é a mesma da Covid. São vacinas distintas. Se você ainda não levou seu filho para vacinar, procure a unidade de saúde mais próxima o quanto antes e proteja o seu bem mais precioso.